Bem menos frequente que o câncer de próstata, o tumor de testículo corresponde a 5% do total dos casos de câncer no homem, mas esse percentual deve ser interpretado com muita cautela. O câncer de testículo é o tumor sólido mais frequente no homem em idade produtiva (entre 15 e 50 anos), com ocorrência rara antes dos 13 anos (0,5 a 2 para cada 100.000 homens).
A boa notícia é que, em geral, apresenta um bom prognóstico, ou seja, seu provável desenvolvimento futuro é favorável, sendo curado quando detectado precocemente. Mas não se engane, esse câncer também pode ser letal, com número de mortes em 395, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018.
Entre os principais fatores de risco para a ocorrência desse câncer, estão a criptorquidia (ausência de um ou dois testículos na bolsa escrotal, condição geralmente identificada durante uma consulta pediátrica na infância), histórico de lesões e traumas na bolsa escrotal, infertilidade ou subfertilidade, síndrome de Klinefelter, histórico familiar de câncer de testículo e a exposição a agrotóxicos.
A maioria dos casos de câncer de testículo são sintomáticos, ou seja, ela pode ser mais facilmente percebida pelo paciente ou parceiro sexual e, com isso, melhor informada ao médico. O relato consiste na presença de um nódulo ou inchaço no testículo, de consistência pétrea e geralmente indolor. A dor testicular é incomum, presente em apenas 10% dos casos. Sendo assim, destaca-se que o autoexame dos testículos é um hábito importante para o diagnóstico desse tipo de câncer.
Quando não percebida pelo paciente ou relatada ao médico (preferencialmente um urologista), ocorre como um achado inesperado em um exame físico durante a consulta ou de imagem (frequentemente em exames da região baixa do abdome e pelve). Ou então, quando em estágios mais avançados da doença, pelo acometimento à distância desse tumor, pela sua disseminação no organismo (metástases), comprometendo principalmente os pulmões, fígado, cérebro, ossos e rins.
A suspeita diagnóstica ocorre pela história clínica (relato e investigação) e pelo exame físico do paciente. Contudo, sua confirmação só ocorre por meio da ultrassonografia dos testículos e por exames laboratoriais que detectam os marcadores tumorais no sangue.
O estadiamento da doença é fator determinante do acompanhamento do paciente, sendo o tratamento inicial sempre cirúrgico (75% a 85% de chance de cura). Comumente, a conduta é a retirada completa do testículo afetado. A quimioterapia ou radioterapia são reservadas aos casos de estágio avançado da doença, na presença de metástase.
Vale ressaltar que a função sexual ou reprodutiva do paciente submetido à cirurgia de retirada de testículo não é afetada, desde que um dos testículos não esteja afetado pelo tumor. Sendo assim, nos casos em que houver a retirada de ambos os testículos, a criopreservação de sêmen é uma boa opção a ser oferecida ao paciente.
Sua saúde é prioridade, faça exames regularmente. Agende sua consulta e esclareça suas dúvidas.