Câncer de Pênis

Pouco menos frequente que o câncer de testículo, o câncer de pênis também é um tumor raro. Responsável por 454 mortes em 2018 (Atlas de Mortalidade por Câncer), este tipo de câncer possui uma prevalência de cerca de 2% dentre todos os tipos de câncer que atingem o homem, no Brasil. Também apresenta predomínio em idades avançadas, na faixa etária entre 40 e 69 anos.

Diferentemente dos cânceres de próstata e de testículo, o que chama mais a atenção aqui é a estreita relação com o fator socioeconômico. Países ou regiões menos favorecidas, como o norte e nordeste do Brasil apresentam maior incidência de câncer de testículo. Relacionam-se a esta condição os demais fatores de risco, como a baixa escolaridade, má instrução de higiene íntima inadequada, associação com doenças sexualmente transmissíveis (principalmente o HPV). Outros fatores são: fimose (estreitamento do prepúcio) e tabagismo. Consequentemente, as medidas preventivas apresentam ligação direta com os fatores de risco, ou seja, uma boa higiene da região genital (principalmente após as relações sexuais e a masturbação), a correção da fimose e a utilização de preservativos durante as relações sexuais são imprescindíveis para reduzir as chances de desenvolver a doença.

Os principais sinais que indicam forte suspeita do câncer de pênis são as feridas ou úlceras persistentes, bem como a presença de tumoração (aumento anormal de tecido) localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. Concomitantemente, podem ser observados os sinais de má higiene, como a presença de secreção branca (esmegma) e mau cheiro. O surgimento de gânglios inguinais (ínguas na virilha) podem estar presentes, sendo estes um sinal de progressão da doença (metástase), sendo muito rara a ocorrência de metástases à distância. Sendo assim, é recomendado fortemente que os pacientes façam o autoexame e a higienização diariamente.

O diagnóstico é dado por exames clínicos, laboratoriais, radiológicos e por meio da biópsia. Quando realizado de forma precoce o tratamento, apresenta alto potencial de cura, contudo a maioria dos diagnósticos são dados em sua forma tardia, o que pode alterar o desfecho da doença. O tratamento depende da extensão local do tumor e acometimento ou não de linfonodos regionais. Os procedimentos podem variar desde terapias tópicas (pomadas, cremes) até tratamento cirúrgico, acompanhados por braquiterapia (radioterapia interna) e quimioterapia. O diagnóstico tardio e a baixa procura por tratamento especializado fazem com que os desfechos sejam menos favoráveis, muitas vezes com necessidade de cirurgias mutiladoras que impactam fortemente na questão física, psicológica, na reabilitação funcional e na reintegração social desses indivíduos.

Saúde não é brincadeira, abra mão da vergonha e do orgulho. Me procure para estar sempre à frente de qualquer doença.